Há uma corrente neo-templária que comunga uma visão filantrópica dos Templários que chega a ser tal como "espíritas". Outros chegam a imaginá-los tais como magos com elaboradas parafernálias em conjurações em círculos mágicos ou com esquadros e compassos nas mãos. Será? Eu acredito que não.
A imagem acima reporta muito bem a visão templária: Um sábio Sufi. Uma ligação altamente semita, mas não pelo lado judaico, mas sim, semita árabe. Ora, a Ordem fora fundada no ano de 1119 no Oriente médio, e por mais que ansiamos por uma pompa europeia, a ordem sempre pertenceu ao Oriente, na Mesquita de Al-aqsa, e nunca saíra de lá. "Do oriente eu chamei o meu filho". Até mesmo o último Grão mestre, Jacques de Molay (1292-1314) estava em missão no Oriente quando assumiu o sagrado Grau da Ordem, e que esse assumir, na verdade, fora algo mais interno do que se pensa. Voltemos ao primeiro Grão Mestre, Hugo de Payens (1119-1136), que havia estudado o a cabala na corte de Hugo de Champagne. De Payens era amigo de Bernardo de Claraval, o famoso monge cisterciense. Ora, sabemos que Bernardo era adepto do culto da Madona Negra, o culto da Sophia-Magdalena - que ainda hoje estampa as catedrais templárias de Barcelona - de onde o próprio De Payens vai beber de sua fonte. O culto de Sophia-Magdalena também era conhecido pelo culto da sagrada Belisama entre os Druidas, de onde Bernardo se dizia iniciado, porém, uma iniciação muito externa talvez, dos verdadeiros segredos que esses sacerdotes guardavam. O que De Payens realmente bebera, fora da fonte de um conhecimento antigo, que no início da era cristã, bem no início mesmo, ficara conhecido pelo culto dos cavaleiros do graal, que é quando o cristianismo de Maria Magdalena uni-se com o o conhecimento Celta, entre o século I e II. O primeiro Grão mestre da sagrada ordem dos cavaleiros do templo obtém o cristianismo primitivo dualista do Abraxas, no Oriente, casa-o com a Baraka árabe dos mestres sufis, e nasce então desse belíssimo encontro, a visão alquímica da Ordem. Ora, a visão dualista templária era altamente maniqueia, a doutrina herdada por Mani, que nos balcãs irá ser herdada pelos Bogomilos e no Sul da França pelos Cátaros. Os Templários eram maniqueus. Há relatos dos templários nas sagradas montanhas do Alamut, onde aprendera com o famoso nizarita conhecido como "o velho da montanha" da misteriosa ordem dos hashashi (equivocadamente chamada pelo errado nome latino de "assassinos") a arte de construção dos templos e a arte da Astrosophia com seus sábios sufis. Desse conhecimento, a Ordem dos cavaleiros Templários tiveram suas bases iniciáticas e filosóficas. Eles eram altamente dualistas, então a questão filantrópica não coincide com a visão que muitos tem. Eles viviam em uma comunidade fechada, com regras severas e altamente iniciáticas. Havia uma diferença muito grande entre a concepção de bondade do homem e a de Deus. Os dualista radicais tinham essa visão, tal como Hermes dizia a asclépios: "vê Asclépio, o maior ato de bondade que um homem possa fazer na terra, na verdade nada mais é do que a menor partícula do mal". Essa era a visão dualistica radical. Essa era a visão maniqueia do início do cristianismo. Essa era a visão do cristianismo primitivo. Essa era a visão templária.
